[Resenha] Eu, o desaparecido e a morta - Jenny Valentine

Descontrolados,

          Vamos de mais resenha?! Não é nacional, mas é uma leitura bem interessante e inusitada. Estou falando do livro Eu, o desaparecido e a morta da autora Jenny Valentine que já pelo título chamou minha atenção e não resisti, comprando por apenas R$ 10,00 em uma feira de livros de um shopping que tive a oportunidade de ir.

Título: Eu, o desaparecido e a morta

Autor(a): Jenny Valentine

Gênero: Infanto-juvenil/Literatura Estrangeira

Páginas: 184

Editora: Editora iD 

Sinopse: Ter um pai 'desaparecido' já é uma situação perturbadora, mas a vida de Lucas se complica de verdade quando ele encontra Violet Park - ou melhor, a 'morta' - em uma decadente agência de táxis durante a madrugada. Aquele com certeza não era lugar para uma senhora falecida, e ao buscar um final menos deprimente para os restos mortais dela, Lucas vai descobrir muitas coisas sobre si mesmo. 

          Esse é o primeiro livro da autora britânica e aqui conhecemos Lucas Swan que tem 16 anos e mora em Londres com sua mãe Nick, sua irmã mais velha Mercy e seu irmãozinho Jed. Seu pai Pete desapareceu há 5 anos sem deixar nenhuma pista de seu paradeiro e parece que somente Lucas ainda se importa com isso e fica tentando descobrir o que realmente pode ter acontecido com o pai. Todos levam suas vidas daquele jeito: tentando superar o sumiço do chefe da família e seguir em frente.

"Mamãe o critica por nos ter abandonado, e eu ouço e finjo que concordo, porque assim ela se sente melhor. Mas fico preocupado por ela não estar sendo justa, porque... e se ele foi atropelado por um ônibus, ou ficou preso em um prédio em chamas, ou caiu de um avião, como ele poderia ter nos avisado?"

          Em um dia comum como a todos os outros, Lucas estava na casa de um amigo e passou numa agência de táxis para voltar para sua casa quando se deparou pela primeira vez com uma urna. Perguntou ao administrador sobre o que era aquilo e ele lhe explicou que dentro dela haviam as cinzas de uma pessoa e que a urna havia sido esquecida dentro de um dos táxis da agência e até agora ninguém havia procurado por ela.

"Foi quando vi a Violet pela primeira vez. Digo "Violet", mas estou exagerando um pouco, pois eu nem sabia o nome dela na época e o que vi realmente foi uma urna com ela dentro."

           Logo de cara Lucas já se interessou por saber mais sobre a urna e queria encontrar quem poderia ter deixado-a para trás, sendo que essa busca não só lhe revelaria sobre a urna mas também que teria ligações com seu pai.

"Disse que tinha encontrado as fotos e mostrou-as para mim: pequenas fotos em preto e branco, vinte e quatro em três fileiras de oito. Pequenas Violets e pequenos papais, posando e rindo com óculos de sol."

          Como disse já de início, o que mais chamou minha atenção foi o título inusitado. Ao pegar o livro para dar uma folheada me veio outro grande chamariz: a diagramação! Ela é simplesmente linda, apresentando folhas amareladas, uma fonte extremamente agradável e um efeito de folhas amassadas. Nem preciso dizer que me apaixonei na hora! Eu simplesmente não sabia nada sobre a obra e foi uma leitura que devorei!

          A história é bem original pelo fato de trabalhar em cima de uma urna contendo as cinzas de Violet que o protagonista sequer conheceu e ainda conseguir relacioná-la com a vida pessoal do garoto, sendo que os personagens apresentam características marcantes e logo no começo já fui cativada por Lucas que é adorável, um menino doce que se preocupa demais com todos à sua volta.
          Além disso, a obra também apresenta vários conflitos familiares do cotidiano e críticas também o que o torna bastante verossímil e que nos deixa ainda mais presos à toda a trama. Um desses momentos é quando sua mãe confessa que Pete não é a melhor pessoa do mundo e que ainda na igreja no dia de seu casamento quase desistiu de seguir em frente e só não o fez por estar grávida.
          A narrativa é feita em primeira pessoa e muito bem desenvolvida, nos dando a impressão de vivenciar tudo o que Lucas está passando, sabendo seus sentimentos, dúvidas e receios. Uma leitura despretensiosa e apaixonante que com certeza indico para quem está procurando por uma obra de rápida leitura e inovadora.
          Ahhh, ia quase me esquecendo de comentar sobre o desfecho! É a primeira vez que um final aberto me deixa satisfeita. Isso porque ele nos dá margem para perguntar: será mesmo que ele fez isso?! Muito surpreendente e me deixou boquiaberta e pensativa.
         Vocês já conheciam o livro? Já Leram? Conhecem o trabalho da iD?

Bjux e até a próxima Descontrolados!